Opiniões

Qual é a sua opinião?

Essa foi a pergunta que fizemos para alguns amigos jornalistas sobre o nosso tema. O Márcio Viana e a Roberta Lopes contaram para o blog Os Jornalistas de Plantão sobre as suas ligações com o rádio; e quais são as suas opiniões sobre este meio de comunicação "nunca desatualizado".
Vamos conferir?




Márcio Viana, jornalista. Apresentador do programa Ferozes Futebol Clube, na webradio Antena Zero.


Acredito que o rádio ainda permanece como veículo formador de opinião, ainda que não na mesma escala de antes, se pensarmos na convergência das mídias e nas possibilidades de busca da informação por múltiplos meios. Ainda assim, existe o público cujo único ou principal meio de se informar é o rádio, que o acompanha seja na hora em que acorda, seja em aparelhos portáteis, ou até mesmo em seus celulares. No que se refere aos esportes e à cultura, áreas em que atuo, esta realidade é ainda mais forte. Mais do que a informação em si, o ouvinte quer a opinião do apresentador ou comentarista a respeito de determinado atleta ou de determinado artista, o que determina a forma com que tratará o assunto em suas interações sociais. Quando pensamos em webrádios, uma tendência atual, estas possibilidades se afunilam mais ainda, pois há maior chance de segmentação, atraindo um público específico, que além de se informar, busca identificar-se com a programação e com quem produz a informação transmitida. Sendo assim, concluo que o rádio continua forte como - ao menos em parte - peça-chave no processo de formação de opinião de seus ouvintes.






Roberta Lopes é jornalista e trabalha na Boxnet Serviço de Informações como coordenadora da equipe de monitoramento de rádio interior.

Eu sempre tive uma história com o rádio; sempre achei o meio de comunicação mais charmoso. Talvez por ser acessível, talvez pelo imaginário de todas aquelas vozes misteriosas. O fato é que ele sempre esteve presente na minha vida de maneira muito próxima. 

Desde pequena me lembro de me arrumar para a escola ao som da rádio Bandeirantes, minha mãe levanta e arruma o café sempre escutando O Pulo do Gato, ela tem tanta intimidade que já se refere aos locutores como "amigos", é daquelas que conversa com o outro lado, sabe? Depois no caminho pra escola era a vez do meu pai escutar ao rádio no carro, geralmente eram programas esportivos. Eu fui crescendo e pegando esse gosto, essa mania. 
Sou muito ligada em música e já tenho 30 anos, então obviamente que nem sempre pude recorrer ao MP3 ou ao YouTube e ouvir o que eu queria na hora que bem entender. Eu era ouvinte assídua da Transamérica, da Jovem Pan e mais tarde e até hoje da 89 e da Kiss FM. Das corridas para deixar a fita k7 no ponto pra gravar a música preferida (e torcer pra que a vinheta da rádio não cortasse o fim), até hoje ouvir por gosto, por opção mesmo. E é nessa primeira declaração que acredito que ele sempre será formador de opinião; se é uma opção tem força.
Alguns muitos anos mais tarde me formei jornalista e mais alguns anos depois comecei a trabalhar na Boxnet Serviço de Informações, onde estou até hoje. Quando entrei na empresa estavam começando a equipe de monitoramento de rádio, hoje 6 anos depois sou coordenadora da equipe de monitoramento de rádio interior. Minha equipe tem 10 pessoas e monitoramos os programas jornalísticos de cerca de 60 rádios do interior de SP para diversos clientes como o Governo de SP, Fiesp, Sebrae, Associação Comercial de SP e alguns outros jobs ocasionais como Magazine Luiza, Fecomercio e Mc Donald's.


E é no trabalho que tenho a resposta final à sua pergunta: o rádio é sim e sempre vai ser formador e portador de opinião. O rádio é o meio de comunicação mais universal, ele atinge todas as classes sociais e não tem fronteiras (com a Internet tem menos ainda). Muitas pessoas no interior ainda recorrem ao rádio para ter acesso as notícias e seguem prontamente ao que os âncoras - provavelmente amigos como os da minha mãe - pensam, pregam e bradam. Pense que se clientes do porte dos que falei se importam com o que é veiculado sobre eles em pequenas emissoras de cidades praticamente desconhecidas, é porque existe sim muita opinião importante saindo daquelas ondas. E outra experiência que divido: quanto menor a emissora menos brio em dizer o que pensam eles tem; é opinião forte e sincera.


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